"The most merciful thing in the world, I think, is the inability of the human mind to correlate all its contents. We live on a placid island of ignorance in the midst of black seas of infinity, and it was not meant that we should voyage far. The sciences, each straining in its own direction, have hitherto harmed us little; but some day the piecing together of dissociated knowledge will open up such terrifying vistas of reality, and of our frightful position therein, that we shall either go mad from the revelation or flee from the deadly light into the peace and safety of a new dark age."
The Call of Cthulhu, H.P. Lovecraft
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"I am writing this under an appreciable mental strain, since by tonight I shall be no more. Penniless, and at the end of my supply of the drug which alone makes life endurable, I can bear the torture no longer; and shall cast myself from this garret window into the squalid street below. Do not think from my slavery to morphine that I am a weakling or a degenerate. When you have read these hastily scrawled pages you may guess, though never fully realise, why it is that I must have forgetfulness or death."
Dagon, H.P. Lovecraft
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O medo não é um estranho, é uma visita inesperada e certamente indesejada, mas não é um estranho; o medo vacina, instiga, aguça os sentidos, desperta uma parte profundamente nossa que é a nós desconhecida, o medo salva, previne, ensina, o medo revela aquilo que está por trás da máscara de cortesia, por trás do calculismo desenfreado; o medo refina, em um piscar de olhos ele é tudo que existe, cresce, infla até não haver mais nada no universo além do próprio medo e então some, e o que resta é o silêncio, um alívio profundo demais para o sorriso, o esquecimento absoluto daquilo que não importa, o coração acelerado vagarosamente abraçado pelo sentimento de segurança, paz, uma profunda e dolorosa paz que se consome em minutos de eternidade.
Mas há também o outro lado da moeda, o medo também paralisa, o medo inibe, consome, fadiga, o medo são mil batalhas perdidas, é um pântano sem saída que nos agarra, que nos suga, que nos envelhece, o medo também é estagnação, a mais profunda sensação de impotência, é olhar ao redor e não encontrar uma toalha branca para atirar no ringue; o medo é surdez, é o silêncio sufocante da solidão, o medo é estar amordaçado e ver o mundo naufragar ao nosso redor, é naufragar em um mundo apinhado de gente solitária; o medo é sentir-se mortal, absolutamente mortal, nada além de mortal, o medo é não conseguir imaginar o futuro, é não conseguir dar o próximo passo em direção a qualquer lugar.
Eu tenho medo, mais um do que outro, eu tenho medo e me sinto vivo quando essa eternidade definha, quando o passo das horas volta a ser o que é; invariavelmente, o medo é sempre uma possibilidade: a de ser mais um ou de ser realidade.
Só não sei se isso é uma escolha...
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